Amigos, nesta quinta-feira, dia 5 de novembro, completam 70 anos da fundação do povoado que deu origem à hoje cidade de Eunápolis.
Uma povoação que data do fim da década de 40, formada por pequenos casebres e estabelecimentos comerciais que forneciam alimentos, bebidas, gêneros de primeira necessidade e utensílios aos trabalhadores que trabalhavam na construção da estradinha, então denominada de Ramal, que hoje liga nossa cidade a Porto Seguro.
No dia 5 de novembro de 1950, a celebração de uma Missa no Acampamento da EMENGE, uma das construtoras da rodovia BA 02, hoje BR 101, oficializou essa data como de fundação do povoado. Que foi denominado de “Quilômetro 64”, em razão da distância entre o local onde a estrada terminava e a cidade de Porto Seguro.
Essa data nos faz lembrar fatos e personagens importantes da história local: como a construção da BR 101, que permitiu a exploração do então quase inóspito extremo-sul baiano, e o Ciclo Madeireiro, nas décadas de 70 e 80, que permitiu a ocupação territorial, o povoamento e desenvolvimento socioeconômico de toda esta região.
Nos faz lembrar também, pessoas que fizeram essa história. Como Januário, o dono da primeira Pensão; o Dr. Gusmão, que se rebelando contra uma ação policial que achava injusta, liderou centenas de pessoas na ocupação da área onde hoje é o bairro que leva o seu nome. Dr. Eunápio Peltier de Queiroz, o grande benfeitor, cujo nome foi imortalizado na história local, como parte do nome Eunápolis. Dr. Gravatá, Padre Emiliano, Moisés Reis, José Araújo Santana o Araujão, Wanderley Nascimento, entre muitos personagens, ilustres ou anônimos. Baianos, Capixabas, Mineiros, além de gente de várias regiões do nosso país, que cá vieram, aqui se fixaram, e contribuíram para o desenvolvimento local.
Desenvolvimento que veio, principalmente a partir da década de 60, quando os sertanejos, especialmente vindos de Ribeira do Pombal, com os seus Armazéns de Secos e Molhados, tornaram o Povoado fornecedor de alimentos e outros gêneros para toda a redondeza. Foram muitos, entre eles, alguns, mais lembrados: o empresário Zé Dantas e o seu Vem Ká, Seu Sinval, Tio Lucas e a sua EletroRadiolar. Seu Chiquinho da Bomba, que vendia gasolina medida no litro, e depois fundou o primeiro auto posto de Eunápolis. Seu Oliveira e a sua Kombi dotada de autofalantes, o primeiro Carro de Som.
Na década seguinte, já com a BR 101, os Capixabas liderando a exploração madeireira e fortalecendo o comércio, consolidaram Eunápolis como centro fornecedor e de compras de toda a região. Foi o primeiro grande ciclo econômico, que transformou Eunápolis no MAIOR POVOADO DO MUNDO. Dessa época, são lembrados: Ricardo Pasolin, Emílio Dam, Arcy Bhory, Lélis Signoreli – lê-se Sinhoreli -, David Fadini, Jonacir Baldo, Afonso Roni, mas há muitos outros que ajudaram a construir essa história.
Mas não poderia deixar de lembrar, neste momento, pelo menos dois gestores dos municípios aos quais o Povoado pertencia. O ex-prefeito Alcides Lacerda, que em um ato de ousadia transferiu a sede da Administração Municipal, de Santa Cruz Cabrália para o então povoado. E o ex-prefeito Arnaldo Guerrieri, que construiu aqui obras importantes, como o Ginásio de Esportes e a Rodoviária.
Também não poderia deixar de citar o nosso querido colega Cherubino, que, além de político atuante, foi fundamental na implantação do sinal de Televisão aqui. E o deputado Ramos Neto, querido Dr. Ramos, pai do nosso colega, que foi o responsável pela emancipação do Povoado, tornando-o cidade.
Mas poderia ser dito, outros fatos e pessoas citados, porém, não disponho de tempo para tanto. Mas, para que esse dia tão importante para Eunápolis e para todos nós não passe em branco, faço esse breve registro, em homenagem a todos os homens e mulheres que deram um pouco de si para a construção de Eunápolis, na nossa querida Cidade, uma das mais importantes do nosso Estado. Por fim, parabéns Eunápolis pelos seus 70 anos de história!
Por Jota Batista
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