Com muita alternância na liderança e dentro dos três primeiros lugares, Rebeca Andrade escreveu uma das mais belas histórias da ginástica do Brasil e do Olimpismo do país, com a conquista da medalha de prata no individual geral da ginástica artística, a primeira de uma mulher para a modalidade do país em Jogos.
Antes de chegar a este histórico 29 de julho de 2021, é preciso voltar alguns anos antes. Em 2015, durante os treinos para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, Rebeca rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho durante treino e passou pela primeira cirurgia. Pensou em parar. A mãe, (Dona) Rosa, não deixou.
Dois anos depois, em 2017, em treino para o mundial de Montréal (CAN), a mesma lesão e nova cirurgia. Isso se repetiria em 2019, durante o Campeonato Brasileiro. Terceira cirurgia e ligamento reconstruído.
Se os Jogos tivessem sido em 2020, ela não se recuperaria em tempo. No entanto, a história não quis que fosse assim.
A primeira conquista internacional aconteceu em maio de 2017 e a senda de vitórias continuou, apesar das lesões.
Pelo seu palmarés, chegou a Tóquio 2020 considerada como uma das favoritas. Nas primeiras apresentações, foi impecável no salto – quando teve a melhor nota – e nas paralelas. Depois da trave, foi para terceiro lugar na classificação geral. Na última apresentação, a do solo, o “Baile de Favela” tocou bem alto e a atleta guarulhense obteve a pontuação necessária para ser medalha de prata nos Jogos, em uma história com enredo recheado de superação.
A brasileira ficou só atrás de Sunisa Lee (USA), que conquistou o ouro. O bronze foi para Angelina Melnikova (ROC).
A classificação final foi a seguinte:
1 Sunisa Lee (USA) – 57,433 pontos
2 Rebeca Andrade (BRA) – 57,298 pontos
3 Angelina Melnikova (ROC) – 57,199 pontos
4 Vladislava Urazova (ROC) – 56,966 pontos
5 MURAKAMI Mai (JPN) – 56,032 pontos
6 Nina Derwael (BEL) – 55,965 pontos
Com a conquista, Rebeca Andrade dá ao Brasil a primeira medalha na ginástica feminina em Jogos Olímpicos, depois das medalhas de Arthur Zanetti nas argolas (ouro em Londres 2012 e prata na Rio 2016); Diego Hipólito (prata na Rio 2016) e Arthur Nory (bronze na Rio 2016), ambos no solo.
Os melhores resultados de sempre para o Brasil da ginástica artística feminina tinham sido os quintos lugares de Daiane dos Santos no solo em Atenas 2004 e de Flávia Saraiva na trave da Rio 2016.
Uma medalha carregada de história. Não há como separar esta conquista do trabalho de muitas décadas da ginástica artística feminina do Brasil, através dos clubes, treinadores e atletas, de referências como Luísa Parente, Georgette Vidor, Daiane dos Santos, Flávia Saraiva, Daniele Hypólito, Jade Barbosa, entre tantas outras.
“A medalha não é só minha, é de todos. Sou muito grata a todos que me ajudaram de alguma maneira. Precisei passar pelo processo que passei para estar aqui hoje. Mesmo longe senti a energia de todos vocês, com paixão, fé e a garra que é o que tem o Brasil, consegui conquistar a medalha. Mesmo se eu não tivesse conquistado a medalha, eu já teria feito a história. Não desistam, sigam firmes, temos que ser fortes os suficientes para passar por cima. Eu tenho pessoas maravilhosas ao meu lado e acredito que vocês também”.
Por: Girobahia / Fonte: olympics
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