Acredite, atleticano. Com a incrível virada sobre o Bahia hoje —3 a 2, três gols em cinco minutos, o Galo é o campeão brasileiro de 2021. Foram quase 50 anos de espera. De maneira incontestável, superando a dupla Flamengo e Palmeiras, que se ensaiava hegemônica, o Atlético-MG coloca o dia 2 de dezembro de 2021 no seu calendário histórico. No mesmo patamar do 19 de dezembro de 1971, data do primeiro título.
Foi uma conquista muito diferente do que o atleticano está acostumado. Financiado por quatro mecenas, o clube formou um elenco estelar. O trabalho de reestruturação começou em 2020, com Jorge Sampaoli, mas bateu na trave. Com o alto investimento, ser campeão brasileiro virou uma questão de honra para o Atlético.
Cuca retornou ao clube, após oito anos, e o elenco que já era bom foi reforçado. Chegaram Nacho Fernández, Diego Costa e Hulk, o grande protagonista da campanha alvinegra. Se o atleticano viu quase tudo nas últimas cinco décadas, faltava ver seu time ser campeão brasileiro. Nem mesmo Ronaldinho Gaúcho foi capaz de dar um Brasileirão ao Galo —ele conquistou a América, diga-se. A conquista de 2021 representa o fim de um jejum de gerações de torcedores atleticanos e de “zoação” dos rivais.
Embora o duelo decisivo hoje em Salvador tenha começado com um susto, o título foi conquistado com tranquilidade, com duas rodadas de antecedência. Tanta tranquilidade que nem parece ser real, nem parece que é o Atlético mesmo. Para o torcedor, independentemente da queda na Libertadores ou do que aconteça na final da Copa do Brasil contra o Athlético, o ano já está ganho.