O mês de junho chegou e com ele todas as cores, aromas e sabores dos festejos juninos. É milho, amendoim, laranja, mandioca ou aipim e outros ingredientes da agricultura familiar, que dão cor e sabor às mesas de milhares de baianos e também são base para deliciosas receitas, como bolos, pamonhas, canjicas, mingaus, quentão e licores. E este ano, as festas serão ainda mais fartas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a previsão é de aumento da produtividade do amendoim, mandioca e milho, em função das chuvas que vem ocorrendo nos últimos meses.
Estes e outros produtos, como os ovos de galinhas caipiras, que não podem faltar nas receitas e o bode assado, entre outras iguarias típicas das festas juninas, mostram todo o potencial, qualidade e diversidade da produção de agricultores familiares baianos, que vêm recebendo apoio técnico e financeiro do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). São ações que incluem desde o fortalecimento na base de produção, com a prestação de um serviço qualificado de assistência técnica e extensão rural (Ater), ao processo de agroindustrialização e comercialização da produção.
A mandioca, cultivada por agricultores familiares em várias regiões do estado, que faz parte da mesa dos baianos em farinhas, bolos, beijus, e é bastante consumida no período junino, coloca a Bahia entre os maiores produtores do Brasil, ao lado do Pará, Paraná e Maranhão, e o primeiro produtor. A previsão do IBGE é de aumento de 21,6% na lavoura de mandioca no estado, com a produção de 1 milhão e 800 mil toneladas.
No município de Maragogipe, Território de Identidade Recôncavo, as 35 famílias da Associação Comunitária de Brinco, estão trabalhando em uma área que abrange 78 hectares de aipim, com um volume de produção anual de 14 toneladas por hectare. O produto é comercializado in natura, e no formato embalado e resfriado, para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e nas feiras livres do município.
“Tomo mundo aqui está feliz, depois da agroindústria instalada pelo Governo do Estado, a perspectiva é a melhor possível. Só no mês de junho estão sendo entregues 1.200 quilos de produto embalado e resfriado e 2.100 in natura, e mais 500 quilos de aipim embalado”, ressaltou o representante da associação, Antônio José Barbosa.
As famílias da comunidade de Brinco também cultivam o amendoim, produto que é o sexto no ranking nacional e primeiro no Nordeste, em volume de produção. A expectativa é que a comunidade comercialize, para o PAA e em feiras locais, 10 mil quilos de amendoim. Produzido basicamente pela agricultura familiar, o amendoim é um dos protagonistas das festas juninas na Bahia. Boa parte da produção do estado vem de municípios do Recôncavo, a exemplo de Maragogipe, Laje, Santo Antônio de Jesus, São Felipe, Alagoinhas e Jaguaripe, e no Território de Identidade Litoral Norte e Agreste Baiano.
Milho: o queridinho das festas juninas
Os agricultores familiares baianos produzem milho em todos os territórios, com maior incidência no Recôncavo e Nordeste baiano. E é a produção de milho da agricultura familiar que abastecem a farta mesa junina. Já que grande parte dos produtores baianos cultivam para atender também às agroindústrias fabricantes de biodiesel, ração, farelo e derivados.
O agricultor familiar, Lucélio Bastos, da Associação de Desenvolvimento Rural Sustentável de Macambira, em Ribeira do Pombal, no Nordeste baiano, aposta na produção de milho, da variedade cateto, que além de ser orgânico é 100% de sementes crioulas, que vem sendo cultivado há gerações na sua família, o que possibilita a produção de um produto altamente nutritivo e saudável: “Trabalhamos com produção orgânica, sem utilização de produtos químicos e cultivamos ainda, entre outros itens, umbu, laranja, acerola, banana e araruta. A gente defende que o alimento que vai ser bom para a gente e para a nossa família, vai ser bom também para as outras famílias”.
Lucélio Bastos, além de receber o apoio do Governo do Estado, para a implantação de quintais agroflorestais, por meio da associação comunitária, é também um agricultor experimentador e processa o milho em uma máquina adaptada por ele. O milho processado é utilizado em pratos como cuscuz e bolo e é comercializado por encomenda ou na feira agroecológica, que acontece todas as quartas-feiras, à tarde, na Praça da Juventude, na sede do município de Ribeira do Pombal.
O milho, que é consumido em diversos países do mundo e é base da alimentação de milhares de famílias, é um produto tipicamente do período junino, presente em diversas receitas típicas. A produção da Bahia é a primeira do Nordeste e nona do Brasil. De acordo com o levantamento da Produção Agrícola do IBGE, os agricultores baianos produzirão 6,4% a mais de milho este ano, em relação a 2018.
Praticidade
E para quem precisa e prefere aliar praticidade a uma alimentação saudável, uma boa pedida para o preparo dos pratos juninos a base de milho, são os produtos da Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Coopirecê). O flocão de milho não-transgênico, produzido pela Coopirecê pode ser adquirido nos armazéns da agricultura familiar e lojas especializadas em municípios do interior baiano, a exemplo de Tucano, Serrinha, Serra Preta, Monte Santo e Juazeiro. Na capital, o produto está disponível em lojas da Rede Mundo Verde, Viva o Grão, Nutrição completa, Boi Vivo, entre outras
Por: Luscivanio jornalista do Portal
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