ITABELA – O ano de 2019 será marcado na história de Itabela, no meio educacional, como o ano que chegou ao fim uma trajetória de uma das escolas mais tradicionais do munícipio de Itabela, estamos falando da Escola de 1º grau Maria D’Ajuda Silva Vieira, que após 35 anos de funcionamento encerrará suas atividades.
Em 35 anos de funcionamento a escola ganhou o respeito e a admiração da comunidade itabelense, por sua eficácia no ensino, que a fez alcançar o maior IDEB (Índice de desenvolvimento da Educação Básica) do município, tornando a qualidade de ensino como o maior marco da história desta escola.
Já não basta ter o maior IDEB do município a Escola Maria D’Ajuda Silva Vieira também possui as maiores notas na Prova Brasil nas disciplinas de Português e Matemática e o maior percentual de alunos proficientes. Porém esses índices e o reconhecimento do serviço prestado pela população não foram suficientes para que a escola permanecesse em funcionamento no ano letivo de 2020.
Em decisão arbitrária e truculenta, sem diálogo com a comunidade escolar, a gestão municipal, decidiu fechar a escola, deixando quase 1000 alunos sem saber onde irão estudar o próximo ano, pois até o momento nenhum tipo de informação foi transmitida aos mesmos e nem ao seu responsável, demonstrando total falta de planejamento e respeito a comunidade escolar, já que o ano letivo se encerra em 13 de dezembro.
Afinal, quais seriam os verdadeiros motivos por detrás dessa decisão? Vamos levantar algumas HIPOTESES:
- Perseguição política a alguns profissionais daquela unidade escolar, devido a briga incessante por valer os seus direitos na luta judicial “PRECATÓRIOS DO FUNDEF”; Vale ressaltar que a unidade escolar foi a única que foi vedada a eleição para escolha dos diretores escolares?
- Seria uma manobra para tentar cumprir o plano de aplicação dos recursos do Fundef, que objetivava a construção de uma escola para amparar os alunos daquela unidade de ensino, como está prevista na Lei Municipal 522/2018?
- Seria o ALTO VALOR pedido pelo ROTARY CLUB pelo aluguel do imóvel?
- Serio o fato do Gestor Municipal não cumprir o acordo com o Rotary Club de realizar uma reforma no prédio como ficou acordado no gabinete do Prefeito no término de 2018, devido as péssimas condições da unidade escolar?
Entenda alguns fatos:
Em 2016 a Escola Maria D’Ajuda Silva Vieira tinha em pleno funcionamento 16 turmas no matutino, 16 turmas no vespertino e 8 turmas no noturno. Em 2017 foi extinto o turno noturno e transferido para a Escola Luiz Eduardo Magalhães. Em 2018, de 32 turmas foi reduzido para 22 turmas em 2019. Demonstrando que o processo de extinção da escola sempre esteve evidenciado nas ações do executivo.
Outro ponto que temos que entender é o convênio entre Rotary Club e Casa da Amizade com a Prefeitura Municipal de Itabela. O local onde funciona o prédio que está alojada a Escola Maria D’Ajuda Silva Vieira atualmente, o TERRENO foi comprado pela Prefeitura e DOADO ao ROTARY CLUB na gestão de IVO MANZOLI (O mesmo era Rotariano), e o prédio, a construção em si, foi construído com DINHEIRO PUBLICO na gestão do ex-prefeito DINO PEREIRA. Então, pelo motivo do prédio está sobre um terreno que foi comprado com dinheiro público, porém, doado ao Rotary Club, legalmente pertence ao ROTARY, mas MORALMENTE pertence ao munícipio de Itabela, tendo em vista que todo o recurso financeiro aplicado ali, DO TERRENO AO PRÉDIO, foi dinheiro público.
Não conseguimos entender como uma entidade que se diz FILANTRÓPICA (sem fins lucrativos), como o ROTARY CLUB, tendo conhecimento disso NÃO DEVOLVE o prédio ao município, já que todo o investimento foi com RECURSOS FINANCEIROS PUBLICOS. É válido lembrar que sem essa ação de devolução do prédio ao patrimônio municipal, a prefeitura fica impossibilitada de investir dinheiro público como foi feito em anos anteriores e acabar com a aflição de 1000 alunos do município.
Corre nos bastidores, que o mesmo ROTARY CLUB, pretende alugar o prédio para a PREFEITURA MUNICIPAL para que funcione diversas secretarias do município, pelo jeito o conceito de filantropia está mudado, tendo em vista que possibilitar o funcionamento de uma escola de tradição e qualidade como o Maria D’Ajuda Silva Vieira é menos importante para a entidade do que alugar salas para funcionar órgãos da administração municipal.
Alguns munícipes se perguntam: Por que o gestor municipal não desapropria o prédio, através das vias legais cabíveis e mantem a escola e sua tradição? Será pela troca de favores com o Rotary Clube? Ou ainda será porque o mesmo também é Rotariano?
Indiferente a tudo isso, a secretaria de Educação não apresentou até o momento um plano de alojamento aos 1000 alunos daquela escola, priorizando o bairro onde o aluno mora, locomoção do mesmo e a preservação dos valores e metas da unidade de ensino. Deixando em um total vazio de informações tanto alunos, servidores e pais daquela comunidade. Uma das decisões que nos deixa indignados e perplexos é que os alunos serão transferidos para diversas escolas, independentemente do local onde mora e da sua escolha.
Mais uma vez, a Gestão Municipal, que teve AS CONTAS REPROVADAS NO ANO DE 2018, por má gestão dos recursos públicos, QUE TEVE OS RECURSOS DO PRECATÓRIO DO FUNDEF SOB RESERVA DE VALORES, por não cumprir o plano de aplicação que está na lei 522/2018, QUE GASTOU 2 MILHÕES DE COMBUSTIVEL EM 2018, QUE FORNECE UM TRANSPORTE ESCOLAR DE PÉSSIMA QUALIDADE, QUE APLICA RECURSOS PRÓPRIOS NOS CALÇAMENTO DE RUAS SEM INFORMAR OS VALORES E DATAS COMO DETERMINA A LEI, um GOVERNO assim, JAMAIS iria entender o real VALOR de uma ESCOLA. Afinal, como já dizia um certo “filósofo”: ‘EDUCAR é EDUCAR”.
À Escola Maria D’Ajuda Silva Vieira fica aqui os nossos sinceros agradecimentos, pelos advogados, médicos, engenheiros, professores, contadores, policiais, enfermeiros, administradores, jornalistas, pedreiros, eletricistas e todas as demais profissões não citadas aqui, que essa ESCOLA contribuiu para a formação intelectual, acadêmica e social. Aos mestres, nossos sinceros agradecimentos.
Por: Beto Muniz / Girobahia