Manchas de óleo que atinge o litoral do Nordeste chegaram à cidade de Canavieiras, no sul da Bahia. De acordo com o biólogo Raimundo Bonfim, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), “a cidade está em estado de alerta vermelho desde o aparecimento do material nas praias de Ilhéus”.
Na manhã de domingo (27/10), banhistas encontraram pequenos fragmentos do óleo nas águas e areia da praia da Costa, a mais famosa do município com mais de seis quilômetros de extensão, localizada na ilha de Atalaia. A substância apareceu também na praia do Peso e na Comunidade Barra Velha.
Já na manhã desta segunda-feira (28/10), pescadores encontraram uma tartaruga morta, na praia do Peso, que fica entre Canavieiras e Belmonte.
Canavieiras é conhecida no Brasil como o maior centro pesqueiro do robalo, além de ser o maior viveiro do marlin azul do mundo. O litoral tem 40 quilômetros de praias além de ser estuário de nove rios importantes para a Bahia.
VOLUNTÁRIOS
Agentes dos órgãos de proteção ao meio ambiente, moradores, jovens estudantes e pescadores voluntários estão recolhendo a substâncias das praias.
Até agora foram quase cinco quilos das chamadas ‘pelotas’ do petróleo, mas a cidade está atenta à possibilidade de chegada de maior quantidade do óleo cru.
Uma área no aeroporto de Canavieiras foi destinada ao armazenamento do material. O óleo será coberto com lona, enquanto não se encontra outro tipo de destinação para o produto.
ALERTA VERMELHO
Desde o aparecimento das primeiras manchas em praias de Ilhéus a cidade de Canavieiras montou uma ação de monitoramento para a chegada do material.
Por iniciativa da ‘Associação Mãe dos Extrativistas de Canavieiras, Uma e Belmonte’ (AMEX), Instituto Chico Mendes (ICMBio), Reserva Extrativista de Canavieiras (RESEX), Prefeitura Municipal, Corpo de Bombeiros Militares e da Delegacia da Capitania dos Portos, ambas de Ilhéus, ONGs, voluntários, estudantes, pescadores e marisqueiras a cidade montou um plano de alerta.
Conforme informou o biólogo Raimundo Bonfim, o grupo de ação, denominado ‘SOS Manguemar’ tem feito reuniões desde o dia 12 de outubro. Os encontros acontecem a cada três dias, para alinhar as atividades de controle.
A retirada do óleo no mar recebe o apoio do comércio local, da Marinha, ICMBio e Defesa Civil que doou luvas, máscaras e sapatos fechados.
“A maior preocupação da cidade é a chegada dessa substância aos manguezais. A cidade possui 10 hectares de área de mangue”, enfatiza do biólogo Raimundo Bonfim.
Por Rose Marie Galvão – Fotos e vídeos Walney Magno
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