A situação descrita em Coaraci evidencia um cenário preocupante de retrocesso democrático e institucional. Desde a gestão de Jadson Albano, parece que a cidade enfrenta uma crescente deterioração nas práticas políticas, refletindo-se em intimidação e repressão durante o processo eleitoral. O episódio mais recente, ocorrido em 2 de outubro de 2024, levanta graves preocupações. Policiais à paisana, armados e supostamente trabalhando para o candidato apoiado pelo prefeito, estariam oprimindo cidadãos que apoiam a chapa adversária do PT, representada por Célio do Asfalto e Núbia Sales. Essa atitude fere diretamente os princípios democráticos e o direito à livre escolha de representantes.
A identificação dos policiais como Kelvin e Saab Sales torna a situação ainda mais alarmante, pois evidencia uma possível conivência das forças de segurança locais com interesses políticos.
A situação em Coaraci se torna ainda mais complexa e preocupante com a revelação de que Saab Sales, um dos policiais à paisana envolvidos no episódio de intimidação, é sobrinho da candidata a vice-prefeita Núbia Sales e pediu licença da Polícia Militar para trabalhar na campanha de sua tia. Esse detalhe não apenas evidencia um claro conflito de interesses, mas também levanta suspeitas sobre a instrumentalização de forças de segurança a serviço de disputas políticas.
A presença de forças de segurança – ainda que de maneira informal – em campanhas eleitorais tem o efeito de coagir eleitores e minar a confiança pública.
A presença de agentes armados em um contexto eleitoral configura um abuso de poder e um desrespeito aos direitos civis, além de lançar sombras sobre a imparcialidade da segurança pública.
Esse tipo de conduta não só fragiliza o processo eleitoral, mas também mina a confiança da população nas instituições. Em vez de garantir um ambiente seguro e democrático, a atuação desses policiais cria um clima de medo e coação, prejudicando o exercício pleno da cidadania. O fato é um reflexo de um cenário maior de desrespeito às normas democráticas, onde a violência política se torna uma arma para influenciar o resultado das eleições.
Diante disso, é essencial que órgãos responsáveis pela fiscalização eleitoral e direitos humanos intervenham, garantindo que as eleições em Coaraci ocorram de forma justa e sem coerção.